A História da Igreja de Cristo #17 - A formação da Bíblia

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Foto: Pixabay
No Século III, os cristãos da época tinham acesso a duas versões dos livros bíblicos: a versão do Antigo Testamento em Hebraico e do restante dos livros do Novo Testamento escrito em Grego. Não havia de fato uma tradução com a Bíblia inteira em apenas um único idioma. Isso acabou mudando quando o Antigo Testamento foi traduzido para o Grego, numa versão que chamamos de SEPTUAGINTA. 

O QUE SERIA A SEPTUAGINTA?! 

A palavra SEPTUAGINTA vem de SETE. Segundo a tradição, um grupo de 70 rabinos traduziram o Velho Testamento do Hebraico diretamente para o Grego. A tradução dessa versão, segundo se conta, durou 72 dias. Essa tradução já existia antes da vinda de Jesus (Século 1 a.C). Como o Novo Testamento já tinha sido escrito em Grego, a partir da SEPTUAGINTA foi a primeira vez que tivemos a Bíblia realmente traduzida para o Grego, em um único idioma.

A primeira Bíblia de Estudo: a primeira Bíblia de estudo (Septuaginta) surgiu no ano 245 d.C por Orígenes, o mesmo teólogo que fez a pesquisa para formação dos livros do NT, conforme vimos na Lição 13 deste estudo. A versão da Bíblia de Estudo de Orígenes veio a se chamar de HÉXAPLA, porque tinha 6 colunas.

AS SEIS COLUNAS DA HÉXAPLA DE ORÍGENES

1° Coluna → texto da Septuaginta original em Hebraico. Os mesmos textos que o próprio Orígenes acreditava que foram usados para a tradução da Septuaginta.
2° Coluna → Transliteração do texto Hebraico em Grego, para mostrar como as palavras em Hebraico eram pronunciadas.
3º Coluna → Tradução para o Grego pelo estudioso Áquila.
4º Coluna → Tradução para o Grego feito por Símaco.
5º Coluna → A tradução para o Grego da Septuaginta, revisada pelo próprio Orígenes.
6º Coluna → Uma tradução feita por Teodicião.

A HÉXAPLA não teve cópias e seu manuscrito original durou até o ano 600 d.C

As 50 Bíblias de Constantino e a definição por completo do Novo Testamento

Assim que se converteu ao Cristianismo, Constantino pediu ao Bispo Eusébio para que fizesse cópia de 50 Bíblias para igrejas que o Imperador visava construir em Constantinopla. Coube a Eusébio, um estudioso da época, reunir os livros da SEPTUAGINTA com os livros traduzidos do NT. Naquele momento, o VT já estava definido, e coube a ele organizar quais livros cristãos entrariam no NT.

Eusébio conhecia a HÉXAPLA e utilizou os mesmos livros do Novo Testamento dos grupos definidos de Orígines. O próprio Eusébio estudou com um discípulo de Origines, chamado Panfilo. Por esta razão, pode ser que houve alguma influência nos livros escolhidos no cânon do Novo Testamento.

Carta de Anastácio e Concílio de Cartago: O mais antigo manuscrito antigo mostrando os 27 livros do NT está encontrado na Carta de Anastácio (367 d.C), que foi uma carta de Páscoa escrito pelo Bispo Anastácio para as igrejas que era responsável espiritualmente. Na Carta de Anastácio existem os 27 livros do Novo Testamento. Todos os cristãos na época já vinham os 27 livros como uma segunda parte da Bíblia, sem alterações.

Já o Concílio de Cartago (de 397 d.C) foi um Concílio da Igreja Católica que definiu seus livros. Por esta razão, a Bíblia Católica tem 7 livros a mais que a Bíblia Evangélica. Já a Bíblia Evangélica segue a linha da SEPTUAGINTA e dos 27 livros de Orígenes e da Carta de Anastácio.

Outros livros usados por cristãos na época

Códice Alexandrino: uma cópia da Bíblia feita em Alexandria (Egito), contendo duas cartas que Anastácio nunca tinha sequer citado: cartas de Clemente, um líder da Igreja no fim do primeiro século.

Diatessarão: relato único falando sobre os quatro evangelhos, feita por Taciano.

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